A infertilidade é definida como a falta de concepção após um ano de relações sexuais regulares em mulheres 35 anos.
A infertilidade é definida como a falta de concepção após um ano de relações sexuais regulares em mulheres 35 anos.
Os dados epidemiológicos sugerem que 10% a 15% de todos os casais terão dificuldades para conceber (infertilidade primária) ou conceber o número de crianças que eles queriam (infertilidade secundária).
Com base em uma pesquisa realizada em países desenvolvidos, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) que a infertilidade feminina é responsável por 37% das causas na infertilidade dos casais, a infertilidade masculina por 8% e ambas as causas – masculino e feminina - por 35%.
Os fatores identificáveis ??mais comuns que explicavam a infertilidade feminina, são distúrbios ovulatórios (25%), endometriose (15%), adesões pélvicas (11%), bloqueio de trompas (11%), outras anormalidades tubáricas (11%) e hiperprolactinemia (7%).
A obesidade está associada a muitos efeitos negativos relacionados a fertilidade feminina assim como desfechos insatisfatórios maternos e fetais.
A mulher obesa é mais propensa a ter disfunção ovulatória devido à desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, com fecundidade reduzida mesmo quando apresentam ciclos menstruais regulares e demonstram resultados mais desfavoráveis quando comparado a não obesa em relação a fertilização in vitro, comprometendo principalmente a implantação do embrião.
Após a nidação o tecido adiposo, através da liberação de citocinas inflamatórias promove um estado de inflamação crônica interferindo no desenvolvimento do embrião. O estado inflamatório estende-se até a estrutura placentária promovendo maiores taxas de aborto espontâneo, prematuridade e pré-eclâmpsia na população obesa.
Deve ser almejado estratégias não medicamentosas, tais como: dieta e atividade física associada, se necessário a terapias medicamentosa ou cirúrgica para redução da obesidade.
Em uma série de publicações, escolhas dietéticas, tais como: proteínas animais magras, vegetais, fitoesteróis, restrição da ingesta de carboidratos totais a no máximo 40% do valor calórico total, evitando gorduras trans e alimentos refinados, demonstraram estar associadas a riscos diminuídos de infertilidade ovulatória.
Atividade física por sua ação anti inflamatória direta pode contribuir para sucesso das taxas de fertilidade. A cirurgia bariátrica contribui para elevação da fecundidade, principalmente após perdas maiores 50% do excesso de peso, que ocorrem principalmente nos primeiros 2 anos após o ato cirúrgico.
PONTOS CHAVES:
Existe uma epidemia de obesidade entre homens e mulheres em idade reprodutiva.
Numerosos estudos epidemiológicos e observacionais demonstram efeitos adversos da obesidade em vários estágios do processo reprodutivo, embora os mecanismos subjacentes sejam amplamente desconhecidos.
De todas as evidências que ligam a obesidade à resultados reprodutivos adversos, a mais preocupante é a demonstração de vínculos entre a obesidade materna pré-conceitual e a doença a longo prazo na prole.
A perda de peso através de intervenções de estilo de vida, medicamento ou terapia cirúrgica pode melhorar a função reprodutiva e os resultados.
Dada a epidemia de obesidade em mulheres e homens em idade reprodutiva, os esforços para entender o impacto da obesidade sobre a função reprodutiva e os resultados são um componente importante da futura política de saúde pública.
1. Harris ID, Python J, Roth L, Alvero R, Murray S, Schlaff WD. Physicians' perspectives and practices regarding the fertility management of obese patients. Fertility and sterility. 2011 Oct;96(4):991–992.[PubMed]
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Daniela da Maia Fernandes
Endocrinologista Especialista / Membro Titular da SBEM
Assessora Médica Felippe Mattoso / Labs a+
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